domingo, 3 de fevereiro de 2013

Projeto Volta Atlântico - etapa 6d - de St. Kitts a Sint Maarten

Saint Christopher é apelidada de St. Kitts.
É uma charmosa ilha, onde resolvemos repassar, com mais calma, as enseadas que só tangenciamos na chegada.

Deixamos a Zante Marine, na capital Basseterre, onde o Firulete nem sequer balançava e ...

fomos para South Friar's Bay. O Gê caminhou por uma trilha de uns 200 metros e foi surfar no lado externo da ilha, que aqui é muito estreita.

No dia seguinte levantamos âncora e fomos para Shitten Bay,...

onde havíamos passado pelo pesqueiro que jazia, partido em dois, nas pedras.

A água estava deslumbrante, e ...

passamos a manhã mergulhando. Tartarugas e muitos peixes. Visibilidade de uns 10 metros com perfeição.

No fim da tarde descemos até a Cocklebell Bay mas desistimos de ficar pois achei muito raso. O Firulete tem 2 metros de calado e estivemos com 2.10 registrado na sonda (eco-batímetro). Por pouco não saímos arando o fundo.
Ancoramos já anoitecendo na Wite House Bay.
No dia seguinte fomos para terra e fizemos uma caminhada até a Great Salt Pond, um grande lago onde ocorre um belo empreendimento chamado Christophe Harbour. Um condomínio para residências dentro de um grande parque e marina.

Uma beleza de lugar. Tudo muito preservado e sendo implantado um paisagismo complementar com muita harmonia e sensibilidade ao ambiente,...

onde moram muitos macacos. Os vimos em vários momentos da caminhada e estimamos que são milhares. Suas trilhas no mato são muito bem marcadas, o que demonstra que são vias de circulação muito usadas.

Voltamos para a praia, onde havíamos deixado o dingue. Uma praia de pedras, sem areia.

No meio da tarde, felizes com as belezas que vimos, seguimos de volta para Basseterre, onde faremos os Custons (Imigração) e nos preparamos para deixar Saint Christhofer.

Basseterre estava sendo invadida. Três grandes barcos de turismo estavam lá ancorados e a cidade estava fervilhando de gente.

No pier da marina estava uma grande escuna que fui fotografar.

Fabricada em 1910, na Alemanha, mantém todos os seus detalhes originais e funcionando. Uma maravilha. Observem a quantidade de cabos de manobra.

O Firulete voltou para uma vaga na marina, mas com a promessa de pela manhã se fazer ao mar.

O porto de Basseterre tem uma grande infraestrutura para receber turistas, com muito espaço, lojas duty free e cassinos. Na nossa primeira estada aqui, havíamos achado que se tratava de um elefante branco, ...

mas agora, com estes barquinhos atracados, a coisa se justifica. O estranho é que o maior número de lojas comercializa diamantes.

A noite, para nos despedir, fomos a um restaurante e ...

comemos camarões muito saborosos e bem preparados.

Na manhã seguinte, partimos rumo a mais uma ilha que pertence a França. Saint Barthélemy, que tem fama de ser a mais requintada e cara do Caribe. Não sei o que vamos fazer lá, mas para garantir, levamos mantimentos para não precisar comprar nada.

Navegação tranquila, com muito tráfego, mas a estrada é bem larga.

As ilhas mais ao norte já não são tão acidentadas. Sua topografia é mais suave e sua vegetação mais rala e de menor porte.

O forte, como nas demais ilhas, guarneceu por séculos o pequeno território.
A ilha, no século XVIII foi emprestada, por quase 100 anos para a Suécia, que a tranformou num posto comercial livre e de grande sucesso.

No caminho fisgamos um peixe, e parecia grande. Levamos um tempo para puxá-lo pois o barco velejava com todo o pano e andava a quase 7 nós. Precisamos enrolar a genôa para poder recolher a linha. Seria um belo almoço, mas quando o embarcamos já havia sido almoçado por algum peixe maior.
O que sobrou ainda rendeu um sashimi de aperitivo.

No meio da tarde estávamos defronte Gustávia, a capital de  St. Barth. Muitas barcos ancorados na entrada da baía, parecia já não caber mais nenhum.

Demos um jeitinho, ancoramos, fizemos um almojanta e só na manhã seguinte é que fomos para terra.

Subimos a colina que separa a cidade do aeroporto. Duas belas vistas.

O aeroporto, um dos menores do mundo, começa no pé da colina, ...

obrigando os aviões a darem rasantes na aproximação e pararem rapidinho, antes de cair no mar.

Na estrada o trânsito para e espera uma garça calmamente atravessar a pista.

Fomos caminhando para uma enseada mais ao norte, Anse de Cayes, onde o Gê pretendia pegar umas ondas.

No caminho uma ocupação com residências no estilo francês, sempre com charme e bom gosto.

A enseada, com muitos recifes, formava as ondas mais fora e uma piscina tranquila, onde ...

Renise curtiu seu banho, ...

e o Gê, as suas ondas.

Eu fiquei de fotógrafo.

Depois, mais uma pernada. Passamos pelo aeroporto, e ...

fomos até Anse St-Jean, uma enseada muito charmosa e com francesas fazendo top less (diga-se de passagem, de todas as idades).

Como não posso sair fotografando os seios, mostro arquitetura e paisagismo.

Até o guard-rail, é de aço mas muito bem camuflado pela madeira autoclavada, quebrando a brutalidade do elemento.

Muitos carros elétricos. Combinam muito bem com o espaço restrito da ilha e o seu apelo ecológico.
São muito feios, mas são bonitos.

Esta é a cabeceira da ilha que termina na praia.

Caminhamos de volta e fomos para o centrinho de Gustávia, que se desenvolve ao longo do lagoon, uma enseada profunda e abrigada com muitos barcos disputando seus piers.

Um hotel ostenta na fachada o slogan da Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade, Fraternidade - Uma bela manifestação popular que a burguesia soube muito bem se apropriar.

Na água, muitos barcos, alguns procuram inovar, como este que se chama Submarino Amarelo, mas óbvio, não submerge. É um barco para charter.

A pequena cidade mistura, barcos, bares, restaurantes, comércio, grifes e gente bonita.

Também fizemos compras: o baguete francês de que ficamos fregueses, pois é muito bom.
Foi nossa janta, pois chegamos exaustos, depois de tanta quilometragem a pé.

No dia seguinte saímos com o barco e fomos até a Anse du Grande Saline, uma praia quase isolada onde só o Firulete estava ancorado. Na areia, algumas pessoas que chegavam por uma trilha. Quando lá chegamos descobrimos que era uma praia de naturismo e que muitos estavam pelados. Sem problema, mas deve ser bem desconfortável sentar na areia nú.

Caminhamos, nadamos e relaxamos, pois afinal era uma segunda-feira (acho,... não sei).
O Gê que ficou com a tarefa do guincho (baixar e levantar âncora), vai voltar para casa bem sarado, pois são 15kg de âncora e 40kg de corrente.

Voltamos para Gustávia e desta vez, ancoramos na frente de uma vilazinha: Anse à Corossol, bem típica, onde tem um museu de conchas, com mais de 9.000 exemplares, mas chegamos muito tarde e não conseguimos visitá-lo.

O fim do dia apresentou uma luz especial, inspirando muita paz.

Na manhã seguinte subimos a ilha,...

contornamos seu extremo oeste e ...

ancoramos na Anse de Colombier, uma reserva natural e protegida.

Muitos barcos ali apoitados, pois é proibida a ancoragem.

Eu e o Gê fomos para terra. Subindo um pequeno promontório, avista-se o lado leste da ilha e o Oceano Atlântico.

Renise ficou no barco e a fotografamos de terra.

Fizemos boas fotos,...

tomamos um belo banho,...

o Gê surfou um tubo, numa onda de pedra,...

e na volta para o barco, não querendo sair da água, ficamos ensaiando nado sincronizado (para as olimpíadas).

Pernoitamos naquela paz.
No preparar a janta, aconteceu o que já esperávamos: acabou o gás.
Tenho 3 botijões liquinho e desde que saí do Brasil tenho procurado recarga. A cada ilha é uma tentativa frustrada, ninguém os recarrega. Pois bem acabou o terceiro. O molho da macarronada foi terminado no vapor da água do macarrão e comido com pão. Mas tudo bem, tinha vinho.

Na manhã seguinte partimos para a próxima ilha (a última para o Gê e Renise): Sint Maaten.
No caminho pegamos um atum, no tamanho certo para 3 comerem.

Fomos direto para a capital: Philipsburg.

Ancoramos na bela enseada, de frente para a cidade.
Como estamos sem gás, fiz do atum 4 belos filés, que "cozinharam" no shoyu e gengibre e viraram sashimi de almoço, acompanhado de bolacha de água e sal.

Era cedo ainda e fomos para terra.

Passeamos pela bela e pequena orla,...

e pela cidade que concentra muitas lojas, bares e restaurantes. A ilha se divide em metade (Sint Maarten) que é holandesa, e metade (Saint Martin) que é francesa.

O lado holandês é de livre comércio, como num duty-free, com isto tem melhores preços que o resto do Caribe. O movimento é grande e as lojas tem qualidade.

As duas igrejas são de madeira, a primeira toda em tabuinhas.

No pier onde deixamos o bote, um bar-restaurante, com internet wi-fi e uma promoção "peça uma bebiba e ganhe outra grátis". Anoitecemos ali e ali jantamos,...

quando apareceu o Eduardo Zanella (da esquerda) e dois amigos. Estão tripulando o Amazonas, escuna de 80 pés que pertence ao Fischer (da direita), de Camboriú.
Estão no Caribe já a 1 ano.
O Zanella, é de Floripa e subiu o Costa Leste em 2010 comigo - ele e o pai no veleiro Guga Buy.
Dizem haver muitos brasileiros por aqui.

No dia seguinte voltamos para o centro. A Renise e o Gê foram às compras. Gostaram dos preços e trouxeram uma lista de encomendas (de i-phone e cosméticos a tênis).

Encontrei este negro enorme na rua, não carregava nada, mas fazia uma força danada.

Na ilha tem muito carrão e muita moto Harley. Um grupo organizado enorme (uns 50), todo paramentado, mais parecendo piratas, invadiram o calçadão da orla e seus bares.

Almoçamos em terra, pois continuamos sem gás, e partimos para a Simpson Bay, que é onde ficam a maioria dos barcos e seus navegadores.

No caminho passei por duas obras, no morro, que pareciam feitas pelo nosso escritório. Vou sugerir ao Diego para incluir estas fotos no site do NDA ARQUITETURA.

Navegada curta. A Renise exibindo seu óculos novo,...

e o Gê seu bronzeado de 40 dias de Caribe.
A maioria dos barcos estão dentro do lagoon - uma enorme baía isolada por uma ponte elevadiça que abre 3 vezes por dia.
Ancoramos no lado de fora e fomos de bote, conhecer o interior.
As 17:30 é a última abertura da ponte. Um deck-bar, estrategicamente posicionado na cabeceira da ponte, reúne uma galera para o happy-hour. O pessoal bebe, aplaude os barcos e sua tripulação, que passam ao lado, bebem, bebem mais e entram na noite. É uma festa todo fim de dia.

Do lado de dentro, que é enorme, o lagoon abriga barcos e BARCOS.

Passeamos, fizemos mercado, jantamos e voltamos para o Firulete prontos para dormir.

No dia seguinte tomamos um micro-ônibus e fomos conhecer o lado francês,...

mais especificamente a capital, Marigot.


Mais uma vez eu me encanto com a qualidade urbana dos franceses. Tudo é caprichado, tem design e charme, além de muito bem conservados.




Uma big marina integra barcos e cidade.

Quando chego nestes lugares, tiro muita foto, quero registrar tudo.

Voltamos para a Holanda. Visitamos a marina onde está o Amazonas. Zanella nos recepciona e apresenta o gaúcho Augusto. Caramba o encontramos em Recife, Noronha, Grenada e agora aqui. Gente fina este cara.
Fomos visitar o Amazonas.

Esta escuna é muito marinheira, foi construída, durante 10 anos, em Florianópolis pelo Carabelli, e trabalhou nela o Aquiles, ambos sabem muito de barcos.
O Amazonas mais parece um apartamento duplex que navega. Tem muito espaço e conforto.

Descobrimos a padaria La Sucrière, que tem varanda para o laagon, internet wi-fi, e simpáticos bichinhos que passeiam pela varanda.
Temos almoçado por aqui. Continuamos sem gás. Tenho estudado o que fazer, pois preciso considerar uma solução que me atenda daqui para a frente, na viagem. Os sistemas de botijão mudam a cada país e a gente tem mudado de país a cada 3 ou 4 dias. Não podemos reclamar, afinal são poucos que saem a passear com o fogão a tiracolo.

Adotamos também o deck-bar nos fim de tarde,...

onde vemos desfilar os barcos que entram na ponte,...

alguns, enormes, passam justo no canal.

Em muitas noites jogamos pontinho, e já virou uma mania. O espírito competitivo pegou. No final da temporada deu Gê campeão, Renise vice e eu na lanterna. Minha desculpa é de que não costumo bater nas visitas.

E chegou o dia de meus queridos tripulantes irem embora. Fomos para o Princess Juliana, um belo aeroporto.

A despedida foi emocionada, afinal foram 40 dias de intensa convivência, muitas novas experiências, 500 milhas navegadas e 12 países visitados. Foram dias muito felizes!
A expectativa de revê-los será Renise em julho, em Portugal, e Gê em novembro, quando eu voltar para casa. As saudades são o preço que pagarei por tamanha aventura.

Fui para a praia, na cabeceira do aeroporto. É ponto turístico na ilha, pelos rasantes dos aviões,...

apesar dos avisos de perigo. Quando o avião parte para decolar o vento das turbinas levanta areia e o pessoal aproveita para "voar" para a água.

É realmente impressionante o espetáculo.

E veio o avião da Copa, onde Renise e Jerônimo estavam.

Os acompanhei até sumirem no céu com um aperto no coração e um nó na garganta.
Mas a vida continua. O Firulete me espera para mais uma etapa e há muito o que fazer.
Passo uma semana sozinho, preparando o barco para receber a nova tripulação: o Evoy - meu irmão, a Samara - sua mulher, que fizeram a Refeno comigo, e mais o Zaca - pai da Samara e grande pescador de oceano.
Até a etapa 7! Seguidores do Firulete!

10 comentários:

  1. Nossa. Sem dúvidas a melhor parte da viagem até agora! Promete que me leva da próxima vez!?
    Saudade grande de ti! Fico tão feliz de ver que estás bem e aproveitando ao máximo ao realizar esse teu sonho!
    Sou tua fã incondicional!
    TE AMO, Lu

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  2. Aventura incrível..visivelmente bem planejada, e muito bem documentada.. está sendo um prazer acompanhar a navegação do Firulete e os roles da tripulação!
    Sigam em paz...

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  3. Meu querido amigo, o nó na sua garaganta me emocionou, mas me impressiona mais ainda a capacidade de realizar o que sonhou.
    Pelo amor de Deus encontre logo a solução do gás, pq como boa mineira, estou preocupada com sua alimentação.
    Muitos bons ventos e cuide-se. Já já a Rê estará com vc novamente.
    Bjão grandão
    Sandra

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  4. Então... Ia escrever alguma coisa... mas os "top less" das francesas não saem da minha cabeça...
    Ô Norberto, fotografar vc pode, não pode é ver (mas tem gente q pode, né?)
    Bons ventos.

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  5. Oi Norba! Diga para o Evoy, a Mana e o Zaca continuarem com as notícias na sua ausência do Firulete..para podermos continuar com essas imagens maravilhosas!! Baita Viagem!!

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  6. Continua excelente o seu relato. Parabéns
    Juliano
    Ponta Grossa-PR

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  7. Grande Norberto! Que espetaculares suas fotos e comentários! Realmente emocionante a tua jornada pelo Oceano Atlântico. Por aqui, saudades do amigo perante todos que o admiram e o querem bem. Que a paz esteja contigo, um forte abraço. Cesinha Aguiar.

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  8. Olá Norba, Evoy, Samara e Zaica! Como está a viagem? Espero que todos estejam bem, aproveitando estas paisagens maravilhosas ( e magnificamente mostradas pelo Norberto!). Estou sentindo falta de noticias!!!!!!!! Por aqui tudo bem ... e por ai??????!!!!!!! façam mais postagens!!!!! Please! Carmen

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  9. Pô Norberto, cadê a etapa 7? A Rê me disse que o pai da Samara pesca muito bem e que vc gosta muito de estar com ele. Tudo bem, sem problemas, mas e de nós que estamos viajando contigo? QUERO FOTOS, RELATOS, TUDO, aliás, ao contrário do Cesar, dispenso os topless das francesas. Se quiser registrar e postar dOs franceses, fique a vontade. kkkkkk
    Bjão e bons ventos
    Sandra

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  10. Caro Norberto, estamos acompanhando vcs. Bons Ventos. Gunnar Hansen - Veleiro Tagus

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