quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Projeto Volta Atlântico - etapa 7 - de Sint Maarten a Sint Maarten

Nesta etapa o Firulete recebe Evoy (meu irmão e sócio no barco), Samara (sua mulher) e Zaca (pai de Samara, dono de lancha em Balneário Camboriú e pescador veterano).

Enquanto aguardo os novos tripulantes, fico 6 dias sozinho, curtindo o cenário náutico que reúne gente e barcos de todo o mundo.

Não curto os mega-iates, mas resolvi mostrar alguns só para ilustrar. São tratados como jóias e geram muito emprego, pois cada um tem marinheiros, cozinheiros, copeiros, garçons e acho que até jardineiros. Sempre tem gente, secando, polindo, lambendo.

O canal que dá acesso ao Lagoon é o meu caminho da roça.

O Firulete continua do lado de fora do Lagoon, pois sofre de claustrofobia e prefere o mar aberto e livre. Aqui balança um pouco, mas a água é muito mais limpa e cria menos cracas e limos no casco (comum no barco parado), ...


além de eu curtir a cada fim de tarde, o sol se pondo no mar. A cada dia o espetáculo tem cores e contornos diferentes. Não me canso de mirá-lo.

Diariamente ancoram e partem veleiros ao meu lado. Este impressiona pelo casario de convés. Deve ser muito confortável.

A cada etapa que fico sozinho a bordo, aproveito para solucionar as demandas que vão surgindo.
A solução para o gás que adotei foi comprar um botijão (de fibra) e válvula, no padrão americano, com a garantia de utiliza-lo na Europa, mediante um adaptador de saída.
O sistema é tão bom que tenho expectativa de utilizá-lo quando voltar para o Brasil. Pena que o botijão de 4,7 kg não caiba no nicho onde encaixávamos o liquinho.

Outro bom investimento foi acrescentar uma segunda placa solar para captação de energia. Fiz a nova estrutura sobre o bimine, com os perfis de alumínio que já havia comprado em Trinidad. Comprei e instalei a segunda placa. Deu um trabalhão mas agora temos algo como 15 ampéres/hora de sol sendo armazenado no banco de 300 ampéres das baterias que alimentam o barco.

Concluí os trabalhos, fiz uma faxina no barco e fui para o aeroporto receber os novos tripulantes, que aliás chegaram com uma sede!

A noite no jantar, brindamos com uma champanhe que a Renise deixou para recebê-los.

Na manhã seguinte fizemos os "custons" na Imigração, e na volta para o barco o Zaca já havia pego uns peixinhos, que viraram sashimi na hora. Com o Zaca pescando, o Evoy (oceanólogo) e a Samara (bióloga) que trabalham com piscicultura e são exímios conhecedores da anatomia dos peixes, acho que estaremos com o rango garantido e em alto nível.

Partimos então. Depois de uma semana ancorado, o Firulete estava livre novamente. E parecia contente.

Contornamos a ilha por oeste e ...

fomos para Marigot, capital do lado francês da ilha, onde eu já havia estado, mas por terra.

Curtimos sua pequena e charmosa orla e ...

seguimos para a ilha de Anguila, 15 milhas mais ao norte.

Uma ilha muito diferente das demais. Estreita, muito longa e muito rasa. Mais uma ilha britânica.

Na sua frente há muitos recifes e pequenas ilhas. Esta nos chamou atenção pela sua brancura. Parecia um pequeno oásis num mar azul turquesa. Seu nome: Sandy Island.

Não resistimos e fomos direto para lá, onde mergulhamos e ...

visitamos a ilha, com sua areia e restos de corais depositados pelo mar, ...

e sua vegetação, que luta para sobreviver em lugar tão inóspito.

Apesar do lugar paradisíaco, precisamos desmontar e engraxar uma catraca que estava emperrando.

No fim do dia ancoramos em Sandy Ground, a vila sede de Anguila. Fomos para terra ...

curtimos sua típica arquitetura e ...

andamos pela praia, num entardecer de muita paz.

As noites como sempre, brindamos o belo dia. Depois da janta corre um carteado - canastra - onde a dupla Silva tem dado uma surra na Zaniboni. Acho que o jogo não é a minha praia.

No dia seguinte, depois de 15 horas de uma navegação difícil, com vento forte e mar mexido, chegamos na abrigada Gorda Sound, grande enseada da Virgin Gorda, ilha pertencente as Virgens Britânicas. Ancoramos no amanhecer, no fundo da enseada, em Biras Creek.

Um belo e manso lugar, com uma água de cor muito especial.

Depois de dormirmos um pouco para nos refazer da noite de navegação, fui nadar e lagartear um pouco.

Um preguiçoso pelicano me fez companhia.

Muitos veleiros desfrutavam daquele maravilhoso abrigo.

O Evoy e a Samara saíram para correr numa trilha e ...

eu saí para fazer uma fotos pelo contorno da enseada. Passei por uma marina muito bacana, com este bar/restaurante, ...

algumas lojinhas, ...

e ambientes bem convidativos.
Na sequência, por um caminho sempre pela orla, um conjunto de habitações para locação.
Que casas! Que aconchego! Que sintonia com a paisagem! Que paisagismo harmonioso! Que arquitetura!
Ambientes de estar ao longo do caminho. Totalmente acessível. Sem cerca, muro ou qualquer coisa do gênero.

Continuei caminhando por esta via de pedestres, sem saber se estava em um local público ou privado...

onde a natureza e o construído pareciam em perfeita sintonia.

Por fim, encontro os atletas do Firulete já bastante suados, e voltamos para o barco.

No caminho, uma pequena loja exibia uma logo, toda formada por fotinhos de náutica de mais ou menos 1,5x3cm. Um mosaico bacana.

No dia seguinte, encostamos o barco para abastecer de água e diesel e partimos ...

numa navegada curta e tranquila, onde o Evoy fumou um charuto,...

leu seu livro, enquanto o Zaca conduzia o barco ...

e a Samara curtia o sol.

Fomos até o sul da Virgin Gorda, no The Baths. Uma área de reserva com pedras gigantes, recomendada para mergulho.
Particularmente tenho achado o mergulho no Caribe, apesar da qualidade de sua água, pobre em fauna. O que salva é a diversidade de corais.

Na volta para o barco o Zaca estava jogando pão na água. Atraiu muitos peixes que começaram pequenos, foram crescendo até aparecer uma barracuda de aproximado 1 metro. Mergulhei no meio deles e cheguei muito perto da barracuda. Se tivesse com um arpão ela estaria frita.

Ancoramos para o pernoite na frente da St. Thomas Bay, em Spanish Town. Fomos para terra curtir o fim da tarde, ...

o barzinho da marina, ...

o por do sol, ...

e a lua, por entre os coqueiros.

No dia seguinte fomos mergulhar em Cooper Island, uma pequena ilha que compõe o cordão das Virgens.

A tarde mais uma navegada, já tendo as Virgins Americanas ao fundo, fomos até Tortola, a maior das ilhas Virgens Britânicas, mais precisamente na Road Town.

Entramos numa enseada profunda e protegida por molhes e ancoramos defronte uma marina,  sede das duas maiores locadoras de veleiros, a Sun Sail e a Morings.

É impressionante como os charteres estão crescendo. São milhares de veleiros de aluguel por todo o Caribe.

A marina ainda dispõe de lojas, serviços, mini-mercado, hotel, espaço para eventos.
Ah! Como o Brasil poderia explorar este setor. Quanto potencial desperdiçado!

No dia seguinte, fomos no centrinho da cidade, fizemos a documentação de saída das Virgens e ...

passeamos pelo centrinho. Na ordem: o Fórum; uma pracinha com pequenas casas de artesanato e suvenir, tipo feira; e outra pracinha com carramanchão de buganville, que aliás são exuberantes neste clima.
Não pensem que tudo é belo, ajeitado e caprichado como mostro no blog. Tem também bastante coisa feia e mal cuidada, mas costumo só fotografar o que acho belo, ou interessante, ou seja os bons exemplos.

Nosso bote de apoio, que é o que nos liga a terra, tem 2 metros e um possante motor de 2hp. Precisamos sempre de uma logística de transporte para os 4 tripulantes.

Com a saída na imigração já feita, voltamos para o lado norte da Virgin Gorda, para ganhar um melhor rumo na volta para Saint Maarten. Antecipamos em 1 dia a volta para evitar um vento mais forte, de leste, anunciado pela meteorologia.
Paramos numa enseada chamada Long Bay, e lá encontramos novamente o Amazonas, ...

a escuna de Camboriú, e o boa-praça Zanella.

A cada nova ancoragem, o Zaca investe na pescaria. Seu instinto de pescador nato não descansa, e volta e meia temos peixe fresco.

Curtimos nosso último por do sol nas Virgens, aqui por trás de Tortola.
Amanhã partimos, e a volta promete não ser muito fácil, pois serão 78 milhas contra o vento e as ondas.

E de fato, não foi fácil.
Para ajudar perdemos um tripulante. O Evoy amanheceu acamado, com crise na coluna, e não pôde ajudar na navegação.
Foram 23 horas de motor-sail, sem o piloto automático, que quebrou na vinda.
Esta foi a única foto que consegui tirar, já com St. Maarten na proa, e o sol saindo no amanhecer.

Tocamos direto para Philipsburg, a capital.
Passou por nós o belo iate "A", encomendado pelo Steve Jobs, que morreu antes de vê-lo concluído. Um belo exemplo de modernidade e design, com a mesma linguagem minimalista da Apple (sua cria).

Ancoramos na frente da cidade, ao lado de 4 enormes navios de cruzeiro. A cidade deve estar fervilhando de turistas, mas nosso cansaço só permitiu um café da manhã atrasado e caímos na cama.
No meio da tarde fomos para o comércio. Corri atrás de um tênis, encomenda da minha filha Luíza, mas não o encontrei.
O lado holandês da ilha é um grande duty free, pois é livre de impostos, e isto deixa os preços muito atraentes.
Fico com esta postagem por aqui. A próxima deverá acontecer nos primeiros dias de março, e promete algumas novidades inusitadas.
Tchau!







2 comentários:

  1. Evoy,
    sempre pensei que morava no paraíso pois o litoral de SC é muito lindo e continuo achando que estou certo - AQUI É O PARAÍSO AI É O CEU.

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  2. Norberto,já era hora de nova postagem, né? Entro todo dia para saber onde e como vc está. Bom saber que tem mergulhado muito e que a fauna é ruim quando não se tem um pescador que joga pão para os peixis. kkkkkk Espero que Evoy tenha "desempenado" (consequencia de canguru perneta mal calculado com Samara?kkk), que Zaca esteja pescando bastante e que vc esteja descansado na última pernada, pq senti ainda sua exaustão.
    Bons ventos para vcs e para o Firulete que ficou charmosíssimo com mais uma placa solar (mais sossego pra gente na travessia)
    Bjo grande
    Sandra

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