Duas semanas em que aproveitei para resolver uma série de demandas do barco.
O Firulete está numa poita alugada, na frente das marinas de Chaguaramas, onde se concentram perto de 1.000 veleiros, a maioria em manutenção ou a espera dos seus donos. Este é o lugar que melhor infraestrutura tem de serviços náuticos e para cá vem a maioria dos barcos que fogem da temporada dos furacões. São barcos de todo o mundo e a partir de dezembro começam a retomar seus rumos.
Neste tempo que fiquei só, cumpri um lista de afazeres onde a cada dia surgia mais algum.
Eu e Miguel (do Odin's) aproveitamos as duas boas lojas náuticas daqui para fazer algumas aquisições.
Percorremos as várias oficinas de manutenção, que dão suporte para este mundo náutico daqui. Na foto estou com o José (pai do Marco, do catamarã Delphis)...
que eu procurava acompanhar, para pegar carona no seu bom inglês. Ele também esta em fase de manutenção do barco.
A novidade são os dessalinizadores, que produzem água potável a partir da água do mar. Para o Firulete são proibitivos, pelo alto custo (R$8mil) e pelo consumo de energia, mas é uma tecnogia que está cada vez mais acessível e eficiente.
No restaurante da marina, todos se encontram e o papo é um só, manutenção.
A Marina (Delphis) se tornou minha amiga e com ela mato saudades dos meus netos.
No Odin's nos reunimos a noite,...
e no Delphis tivemos uma confraternização de brasileiros que reuniu gente de 6 barcos.
Aqui, um pequeno troller, que só anda a motor, mas tenho os visto como uma alternativa para quando, na velhice, faltar forças para manejar as velas.
Na lavanderia da marina, uma pequena biblioteca de livros doados pelos viajantes...
onde encontrei um clássico, e em português.
Na lista das tarefas: Retirada das baterias de serviço, ...
que alimentam o barco, para uma injeção de carga. No teste se mostraram já cansadas e acho que vou te-las de trocar, antes da travessia do atlântico norte;
troquei o fogão, que já estava enferrujando, por um francês, todo em inox;
comprei um novo toldo, com proteção UV, para o convés;
tive que mandar fazer uma nova base, de alumínio, para o piloto automático, pois a de nailon quebrou;
instalei o registro de entrada do vaso sanitário, para fora do armário, para tornar-se mais prático o seu uso;
renovei o verniz dos bancos de popa, que são em freijó;
e dei uma geral no motor diesel, onde troquei óleo do carter, da transmissão, a água da refrigeração e o rotor da bomba d'água. Este motor tem sido valente e nunca me deixou na mão na hora do enrosco. Preciso trata-lo com carinho.
O Odin's também passa pela mesma. Aqui Miguel (com 62 anos) está na ponta do mastro (15mts),...
trocando a lâmpada de tope.
No dia 19, aniverssário do Fernando, com champanhe francesa e tudo.
Fernando, depois de 3 meses a bordo (desde Recife), volta para a Argentina, deixando Miguel novamente solo.
E como estou em um meio de constantes chegadas e partidas, chegou o Bar a Vento, do Alípio e Gil, de Natal, onde estivemos juntos. Passaram por Fortaleza, Ilhas de Lençois e Islas du Salut.
Estão tambem subindo o Caribe e devemos nos encontrar em Sam Martin, para a travessia Açores, em maio.
Como aqui embarco Renise e Jerônimo, descobri na última hora, que teria de fazer um documento de comunicação do seu embarque a bordo, na imigração, e remeter a eles, via e-mail, para poderem embarcar em São Paulo e desembarcar em Trinidad, sem a passagem comprada de volta.
O Marcelo (BH), do Harmony, que foi quem me deu a dica, me ajudou a conseguir o documento, pois é bastante burocrático e com o meu inglês 10% não conseguiria.
Desculpem meus seguidores do blog, mas nesta esta etapa não vivenciei nada de paisagens ou passagens interessantes, e o que tinha para apresentar foram registros de uma rotina sem graça, mas que é parte importante desta vida de navegador.
A próxima será mais interessante, assim espero.