quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Rumo à Recife


Acordamos com um novo vizinho que chegou de mansinho na madrugada.
Um navio da Petrobrás.
Nossa meta para o dia é partir para Recife.
Serão 121 milhas, que deverão levar 24 horas aproximadamente,
nossa última perna do Costa Leste. A flotilha reduziu para 33 veleiros, mas estamos muito dispersos. Alguns nem entraram em Maceió e foram direto para Recife, outros ainda nem saíram de Salvador.
Hoje, partimos daqui em 5 barcos, mas também dispersos. Alguns madrugaram e já saíram.

Nosso amigo Marcelo, do Thalassa, está com problemas. A mulher e o filho deixaram o barco, pelas condições extremas de Salvador até aqui, e farão o resto da viagem via aérea.
Ele está numa crise de sinusite e vai aguardar até amanhã para sair.
O Firulete, que já emprestou o Augustinho a partir de Salvador, agora perde o Rodrigo...

...que passou para o Thalassa para dar uma ajuda.
Vai fazer um estágio num Cabo Horn 35, que é um barcão. Projetado para fazer grandes travessias.

Eu e o César, vamos então sós, deixando por bombordo nosso recém chegado vizinho.

As condições de vento e mar acalmaram um pouco.
A velejada promete ser de alto nível.

O Planeta Água, um Delta 36 que voa baixo, nos ultrapassa já de início.

O dia foi magnífico, com um vento constante, e ao fim do dia já tínhamos percorrido 60% do trecho, de modo que reduzimos pano (vela) para a noite, pois nada interessava chegar em Recife de madrugada.
É sempre bom fazer a aproximação de terra com a luz do dia. É mais seguro.

Durante a noite, eu e o César fizemos turnos de 2 em 2 horas, freando o barco.
No amanhecer sempre um espetáculo.
Por aqui é impossível despertar de mau humor.

Muito cedo já estamos entrando no canal do porto...

...e a cidade se descortina em nossa proa.

De uma lado o porto e do outro um longo molhe que garante um abrigo perfeito.

Neste molhe, um monumento que se chama Marco Zero.

Uma espécie de minarete, acompanhado de vários obeliscos, mas com um aspécto futurista.
Estranho, um tanto fálico, mas curioso.
Vamos tentar descobrir o que realmente representa.

E no longo canal, Recife vai desfilando...

...com fortes contrastes entre o velho e o novo...

...e o novíssimo, que impresiona pela magnitude e elegância.
Ah! Como a boa arquitetura pode contribuir com uma cidade.

Aqui, quem já chegou aguarda ancorado o estofo da maré, pois para entrar no clube, precisamos passar por um canal de baixo calado (pouca profundidade).
Nós, que vínhamos controlando o andamento, chegamos bem na hora, e já nos dirigimos direto para o clube.

O canal é por um mangue, dragado e balizado com estas estacas.
Em cada uma delas uma garça. Mais parece uma comissão de recepção.

Elas povoam este lugar, que deve ser um paraíso alimentar, na maré baixa.

Aqui, uma no ninho.

Bem, aqui estamos. No Cabanga Yate Clube, que é quem promove a Refeno, e tem fama de ótimo anfitrião.
O abrigo é perfeito. Nada mexe. O Firulete parece estar no seco.
Tivemos sorte, pois ainda pegamos umas das últimas vagas no pier. Quem chegar daqui para frente, começa a se amontoar.
Durante a semana continuará chegando barcos para a mais famosa regata do Brasil.
Ao final, dizem que isto aqui se torna um grande engarrafamento.
Afinal teremos quase 150 veleiros nesta prova até Ferando de Noronha.
Cumprimos uma importante etapa da viagem.
Haveremos de comemorar!

Norberto.

Um comentário:

  1. Esta família Zaniboni é mesmo fodônica. rsrsrsrs Gelei ao ler que iriam só "os dois filhos de Aracy". Ow, tratem de dar show aí no percurso para FN. Seu trofeu, Norberto, te aguarda lá linda e saudosa.Bons ventos, bons ventos! Tô na cola. Bjão
    Sandra Mara

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