domingo, 6 de janeiro de 2013

Projeto Volta Atlântico - etapa 6a - De Trinidad a St Vicent

Apesar da demora, estamos vivos... e curtindo um pedaço especial do planeta.
Temos pulado de ilha em ilha, num trecho do Caribe onde a internet é difícil.
Para postar o blog preciso de um bom tempo, e neste rítmo que estávamos ficava impossível.
Chegamos hoje em Kingston, capital de Saint Vicent e Grenadinas, que é um centro mais urbano e assim nos permite a conexão.
Mas voltemos a Trinidad.

Os novos tripulantes chegaram. No aeroporto de Port of Spain, um conjunto tocava salsa e coroou a recepção. Tentei convencer a Renise de que os havia contratado, mas não convenci. 
 

Ao chegar na marina, fiz um agrado e levei-os numa cafeteria especial, que funciona num pier comercial de Chaguaramas. 
Adoraram!
 
Renise e Jerônimo foram em terra. Fazia muito calor e foram tomar uma ducha de despedida na marina. O motor do bote falhou e voltaram rebocados pelo casal do veleiro Bar a Vento, Alípio e Gil.
Aproveitei para me despedir deles. Provavelmente os encontro em San Martan, nos preparativos para a travessia Açores, já que eles estão indo para uma temporada no Mediterrânio.

Partimos então. Eu já estava criando raízes em Trinidad, e o Firulete parecia ancioso por se fazer ao mar.
A bordo, só love, só love!

Logo fisgamos nosso primeiro peixe. Um filhote de atum, que resolvemos soltar para crescer mais um pouco.

Depois de uma navegada de 60 milhas, que levou toda a noite, num mar agitado, de chuva, vento forte e uma ondinha chata pela proa, onde os calouros mariaram (o que é comum com os estreantes), chegamos em St. George - Grenada.
Um enorme veleiro, de velas redondas no estilo das caravelas, mas de turismo, estava no porto...

onde alguns marinheiros faziam manutenção na ponta do gurupés (avançado da proa). Observem a proporção das pessoas com o gurupés e as genoas enroladas. E a figura alada, dourada e logo abaixo, como carranca.


Ancoramos na entrada do Lagoon, na frente de um paredão de aluvião, onde o Gê foi nadando para eu poder sacar esta foto, com ele de escala.
 
Aqui estou, novamente na marina Port Louis e diante de novos mega-barcos
  
O veleiro Odin subiu conosco, desde Trinidad, e como Miguel está sozinho, o convidamos para a ceia de natal no Firulete. Convite aceito e ...
 
retribuido. O almoço de natal foi no Odin, e com a presença do nosso amigo Augusto, portoalegrense que conhecemos em Natal, que Miguel descobriu pelo rádio e está com o veleiro aqui próximo (em Prickly Bay).
 
Escolhi passar o Natal em St. George, pois achei isto aqui muito bonito e aconchegante. 
 
Hoje chegaram vários barcos mais. Alguns, verdadeiras jóias. 
 
O agito aumenta, pois começa a temporada de férias e as pessoas recorrem ao Caribe, para fugir do frio do hemisfério norte.
 
Saímos para um passeio pela cidade, ... 
 
e para ver de perto os dois novos navios de turismo, que amanheceram no pier da cidade.
Como faria bem para Floripa um pier como este, para atrair este tipo de turismo. 
 
Apesar de tanta gente chegando, a cidade parece vazia, pois o dia seguinte ao natal, aqui é feriado e nada funciona. 
 
Enquanto em terra, meu meio de transporte tem sido este. Já estourei duas havaianas que trouxe do Brasil. A Renata, namorada do Gê e candidata a minha nora, me mandou este par, como presente de natal. Adorei.
 
 
Enquanto na cidade tudo repousa, aqui na marina o agito é grande. 
 
No dia 27, depois de tentar comprar a placa solar que havia escolhido, e que estava com um bom preço, mas que já havia acabado, partimos para o norte.
A noite os barcos de turismo partem da ilha, mas no amanhecer novos barcos chegam, já que navegam a noite para a tripulação aproveitar o dia.
 
Aqui, um de turismo e à vela, não conseguiu lugar no pier e, ancorado, despeja seus passageiros nos botes salva-vidas. 
 
Demos saída na imigração, pois vamos direto para um novo país: St. Vicent e Grenadines 
 
Como no anoitecer estávamos ainda longe de Union Island, resolvemos ancorar numa pequena enseada, em Ronde Island, para o pernoite.
 
Pela manhã, partimos cedo, mas com vontade de ficar, pela beleza e paz do lugar.
 
Jogamos a linha n'água e de cara já conseguimos o almoço. Este sim, no tamanho certo para 3 comerem.
 
Chegamos cedo em Clifton, fizemos a entrada na imigração, almoçamos na padaria da francesa e ...
 
fomos direto para minha praia preferida, a Saltwhistle Bay, em Mayreau.
 
Parece uma praia de cinema ... 
 
com uma água sempre limpa e quente, só que está repleta de barcos. Bem mais do que quando passei, a tres semanas atrás.

Subimos uma trilha, no morro, e registramos a praia, com seus dois lados e ...

no lado abrigado, os veleiros.


No horizonte, vimos passar o veleiro de turistas, de 5 mastros, que estava em Grenada, com as velas içadas.
Depois de passarmos um dia interiro de sombra e água fresca - incluindo as geladas, claro...

fomos para Tobago Cays. Um conjunto de quatro ilhas pequenas e uma grande barreira de coral.
É o point principal das Grenadines e o espaço para ancoragem é disputado. Acordamos no amanhecer para conseguir uma vaga de ancoragem abrigada e estratégica para o mergulho.

Percorremos duas das ilhas, onde um pequeno comercio e restaurantes adaptados sob as árvores, disputam os turistas.

O cenário é magnífico, e justifica ...

tantos veleiro juntos.

O Firulete não conseguiu poita, mas ancorou num bom lugar.

No horizonte, que mais parece uma BR 101 de barcos, agora um grande veleiro, de velas redondas (que na verdade são retangulares), todas enfunadas.


Acho que estamos no paraíso...

e as fotos não nos deixam mentir, nem exagerar.

Com tanta atividade, na hora do rango a fome é grande, e o cozinheiro sempre agrada.

Agora ancorou perto de nós um barco que deve ter saído de algum filme de piratas. Aliás, por aqui foram filmados os "Piratas do Caribe".

Depois de dois dias em Tobago Cays, subimos mais um pouco. Aqui são sempre navegadas curtas entre ilhas próximas.

Agora estamos em Charletown Bay, na ilha de Canouan.

Uma ilha simples, mas com uma marina bem ajeitada, ...

onde resolvemos almoçar diferente e dar um descanso para o cozinheiro de bordo, aliás hoje é primeiro do ano e ele está de aniverssário de casamento. São 38 anos de Norberto e Renise casados, e estamos de lua de mel.

Acertamos na pedida! Bom e bonito, mas nada barato. Aliás os preços por aqui assustam um pouco.
É recomendável ficarmos mais no barco e curtindo a natureza, pois os apelos ao turistas são provocantes e focados nos dólares americanos.

Mas aproveitamos pelo menos a padaria ...

e o cenário para fotos.

De volta a bordo, no fim da tarde, passou por nós um canoeiro oferecendo lobster (lagosta).
Duas delas viraram a nossa janta.

Seguimos viagem. O Gê aproveita para seu banho de reboque.

Na chegada de Bequia, uma cena triste, um navio virou paisagem. Subiu nas pedras e se incorporou as ilhas.

Na chegada em Port Elizabeth, para variar muitos veleiros.

Bequia é a maior das Grenadines e tem um charme próprio.

Saímos para passear pela cidade, ...

que é famosa pelo artesanato dos construtores de nauti-modelismo.
Visitamos vários atelies e o Museu do Mar, que conta a história da ilha e arredores, com forte influência do mar e da pesca das baleias. Ainda hoje, a comunidade tem autorização para abater duas baleias por ano, concedida por um comitê internacional de contrôle e preservação.

Não resistimos e fomos parar numa charmosa pizzaria para o jantar.

Pela manhã, saindo da baía, passamos por um barco de turismo onde alguns passageiros brincavam numa passarela flutuante, instalada na popa do barco. Isto é o que se pode chamar de uma praia particular heim!

Na chegada de Saint Vicent, rumamos para uma pequena baía, no sul da ilha - Villa Beach, e passando por um estreito canal, guiados por um prático, apoitamos na marina sede da Sunsail - forte locadora de veleiros para charter, que aliás há muitas no Caribe. Dá até impressão de que a maioria dos barcos são arrendados.
Ali encontrei o veleiro argentino Garua. Está em stand by. Navegamos juntos em 2010, subindo o litoral brasileiro.

É um lugar gostoso, bem abrigado e fomos muito bem recebidos, com internet, água, banho, e até duas cervejas gratis, cortesia do Simon, da Sunsail.
Aproveito a oportunidade para fazer esta postagem, colocamos nossas conversas e e-mails em dia, antes de sairmos para conhecer a ilha, que fica para a próxima postagem e espero não demorar tanto quanto esta.
Até lá!

 

5 comentários:

  1. Não tem Ibama por aí? Para proibir a pesca de alevinos?
    Desejo bons e ventos e muita PAZ.
    Abs.

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  2. O Gê coisa linda isso aí hein, aproveita bem e vê se vai pra cozinha também e para de explorar o teu pai.

    Abração, Falk!

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  3. Bonitas fotos. Feliz 2013!.

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  4. Norberto estive desconectada e ausente, mas me apresento no mais alto estilo "a postos". Adorei esta pernada e em algum comentário seu vc diz que a praia "parece coisa de cinema". Meu querido é coisa de cinema sim e de alta tecnologia, pq só pode ser coisa de montagem. kkkkkk É belíssima! Em lua de mel, então...! Continue com bons ventos pq 2013 já está sendo bárbaro, né?
    Bjão saudoso com sabor de Santa Catarina e não de Goiás.
    Sandra

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