Desta vês o Vitor, irmão caçula da Renise, portanto meu cunhado, veio passar 18 dias comigo.
Ele curte mergulhar e já esteve no Caribe algumas vezes.
Fizemos então um planejamento para uma navegação nas Virgens Britânicas, onde eu já estive mas saí com "gostinho de quero mais".
Abastecemos o barco, pois lá os preços são salgados, e partimos para uma velejada de 77 milhas e aproximadamente 15 horas. Saímos no fim da tarde, navegamos por toda a noite, com ventos a favor, só na genoa (vela de proa), e ...
chegamos no início da manhã, com um ventinho fraco e mar liso que acabou nos atrasando um pouco.
Durante a madrugada passou pelo nosso boreste um veleiro motorando. Depois de um tempo chama no rádio. Era o Odin do amigo Miguel. Quanta coincidência. Havia desconfiado que fosse o Firulete pelas luzes de navegação. Combinamos nos encontrar na Virgem Gorda.
Chegamos na bela ancoragem North Sound. Fizemos os "custons" no Gun Creek e ancoramos no Biras Creek, onde o Firulete já havia estado.
Ficamos ao lado de vários veleiros gigantes que se preparavam para uma regata só para barcos acima de 60 pés (20 metros de comprimento), e estavam numa requintada marina que promovia o evento.
A noite a festa rolou e os veleiros iluminados formavam um visual especial.
Na chegada passamos pelo Odin ancorado mas não conseguimos ficar junto pois a profundidade era de 17 metros e isso exigia 50 a 60 metros de corrente, o que se torna difícil para o Firulete que não tem guincho e a âncora é puxada no braço.
No dia seguinte, tentamos fazer contato com o Miguel mas havia saído do barco. Próximo a nós estava o Bossa Nova, um veleiro com a bandeira do Brasil no estai, mas também não fizemos contato.
Estávamos com nossa programação toda feita para percorrer a maioria das 14 ilhas que compõe as Virgens Britânicas, o dia estava perfeito e resolvemos partir cedo, ao mesmo tempo que os mega-veleiros se encaminhavam para a raia onde haveria a primeira regata.
Na saída pousa do nosso lado um hidroavião.
Nosso destino era Anegada, uma ilha rasa, 8 milhas ao norte da Virgem Gorda.
De longe víamos pela popa os veleiros já em regata.
Chegamos um Setting Point, entrando por um estreito canal balizado por entre os arrecifes. A ilha mal aflorava d´água, de tão rasa. A água estava límpida mas o ancoradouro era raso demais e o vento estava muito forte, além de empurrar para terra. Achei mais prudente não ficar. Fiz meia volta e seguimos para ...
Long Bay, no lado oeste da Virgem Gorda, onde ancoramos a tempo de curtir um belo poente.
No dia seguinte descemos a Virgem Gorda dando rasante em várias prainhas e enseadas. Esta, Little Dix Bay com um ressorte muito bem mimetizado na paisagem.
Ancoramos numa praia muito limpa, tendo na frente a Beef Island e Tortotla.
Sua areia grossa, de calcário, era muito alva. Deixamos aí o bote e fomos caminhando...
passando por grandes pedras, pequenas prainhas e piscinas naturais, até...
o The Crawl, onde a trilha segue por cavernas de enormes pedras e pequenas piscinas.Eu já tinha estado aqui, com o Evoy e a Samara, mas como tínhamos vindo a nado não fotografamos.
Continuamos caminhando até a ponta sul da Gorda, na Stoney Bay, onde...
Voltamos todo o longo percurso caminhando e, cansados ficamos curtindo a praia preguiçosamente até o fim da tarde,...
quando o Firulete se fundia numa luz prateada.
Que dia espetacular tivemos. Resolvemos ficar ali para o pernoite e ainda fomos brindados com uma noite limpa de lua cheia.
Na manhã seguinte fomos na cidade. Spanish Town, onde fizemos mercado, acessamos internet e seguimos para ...
Marina Cay, entre as ilhas Scrub e Great Camanoe.
No dia seguinte continuamos serpenteando por entre ilhas. Tortola, Little Camanoe, Guana Island e ...
Lá ancoramos defronte o Sandy Spit, uma ilhota com jeito de oásis, e no fim da tarde fomos pernoitar na ...
Great Harbor, a pequena cidade da mais pitoresca das Virgens, onde residiu o pirata que emprestou nome a ilha.
Caminhamos maravilhados pela pequena orla, ...
assistimos o entardecer da pequena enseada e ...
ao anoitecer, os barzinhos e restaurantes alternativos da orla se encheram de luz. Os navegadores que por aqui passam, a anos deixam lembranças como bandeiras, camisetas, pedaços de panos com mensagens, objetos náuticos, e tudo vai sendo pendurado nos tetos e paredes, dando um clima festivo e aconchegante.
Na manhã seguinte contornamos a ponta oeste de Tortola, onde entramos para conhecer a profunda enseada Sopers Hole, onde fica uma elegante marina e seguimos para Norman Island, a ilha mais ao sul do conjunto, passando rente já da St.John, ilha que pertence as Virgens Americanas.
Lá mergulhamos, nadamos, almoçamos e seguimos para ...
uma outra ilha próxima. A Peter Island, onde ...
curtimos uma pequena praia, toda com restos de coral, onde o homem parece não ter pisado, ...ficamos até o entardecer e ali pernoitamos.
No dia seguinte, volta a civilização. Passamos por Nanny Cay, na ilha de Tortola, onde estava acontecendo uma regata da marina de lá, ...
que entramos para conhecer. Belas instalações e muito bem protegida.
Dali seguimos mais um pouco e fomos para Road Town, a capital das Virgens Britânicas.
Fomos ancorar na tranquila enseada, protegida por dois molhes, onde o barco nem se meche, parecendo aterrado.
Passeamos pela cidadezinha, que tem um jeito bem britânico e aproveitamos para atualizar nossos contatos com o mundo (internet).
Um dos molhes da cidade serve de píer para os barcos de turismo. Acordamos com um já despejando gente em terra.
Como agito não é a nossa praia, levantamos ferro e partimos para ...
Cooper Island, uma reserva ótima para o mergulho snorkel.
Estas 77 milhas de volta costumam ser contra vento e corrente. Aproveitamos uma trégua nesta condição, onde o vento cairia para 15 a 20 km/hora e depois de fazer os "custons" de saída, novamente na Gun Creek, partimos.
A noite, com uma lua cheia e um mar bem ameno, o vento rodou um pouco mais favorável e ...
conseguimos velejar por um bom tempo. No amanhecer já tínhamos St. Maarten pela proa.
Realmente viemos na hora certa porque durante o dia entrou um vento forte e resolvemos entrar para dentro da Sympson Bay, para não balançar tanto, até porque estou percebendo uma folga no eixo do leme e o balanço do barco acaba forçando o desgaste.
Nos dois dias que se seguiram o tempo esteve feio. Chuva e vento. Aproveitamos para ir a Philipsburg, a capital do lado Holandês, pois o Vitor queria aproveitar os preços free e comprar um iphone. No terceiro dia fomos fazer um tour por Marigot, a capital do lado francês (Saint Martin). A cidade parecia abandonada. Aqui, o dia seguinte ao natal e a páscoa, é feriado.
Fomos então até o lado leste da ilha, conhecer a pequena Ilet Pinel - uma ilha-reserva.
Na verdade não entendi muito bem a reserva, porque estava apinhada de gente, e inclusive muitas barracas de camping. Uma parte da sofrida cobertura vegetal da ilha havia sofrido um incêndio.
Estava chegando ao fim a temporada do Vitor no Firulete. No último dia, depois de fazermos os "custons" para comunicar o seu desembarque, fomos curtir uma praia. Desta vês a ...
Mullet Bay, no lado sudoeste da ilha, portanto bem abrigada do forte vento que fazia.
No dia seguinte, pela manhã, fomos para o aeroporto.
O Vitor vai curtir os 10 dias que lhe restam de férias, vai ficar no Panamá e depois uns dias no Rio de Janeiro.
Eu vou cair no batente. Tenho 30 dias para preparar o barco para a grande travessia até os Açores.
Vou mantendo-os informados. Aguardem.